segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Cidades Amigas das Pessoas Idosas

O desafio é lançado, pela Organização Mundial de Saúde, ganhando sustentação no apelo dirigido às sociedades e aos governos, no sentido de adaptarem praxis e intensificarem políticas que permitam desenvolver acções, para e com, os cidadãos idosos, promovendo a sua autonomia, independência e participação social.
É no âmbito deste desafio, que auscultados pelas crescentes e continuadas mutações demográficas, decorrentes do crescente e acentuado duplo envelhecimento, quer as sociedades, quer os governos, encerram, em si, o compromisso de entender a velhice como um fenómeno social total, assente, não em bases subjectivas e pré-formatadas de intervenção, mas em indicadores de base concreta, suportados por dados reais e objectivos.
Dados de consciência, que emergem da prática, reforçando comportamentos e cimentando responsabilidades.
Responsabilidades, que se pretendem, não apenas, colectivas, mas também, individuais.
Responsabilidades, que ambicionam traduzir-se, não apenas, em atitudes, mas, sobretudo, em comportamentos.
Responsabilidades, que concebendo as estruturas sociais desde a sua mais ínfima e particular célula funcional, se adaptam, em formato, à medida da realidade.
Uma realidade que não espera, uma mudança que avança, um colectivo que remodela e se faz remodelar dia após dia.
Um colectivo que se complementa e que, com expressão, se assume maior que a soma das suas partes.
Um colectivo que apela à reabilitação do território administrativo, que defende a adaptação da geografia e promove, com efectividade, o ajuste das suas práticas, brindando, com equidade e distinção, ao envelhecido tecido demográfico emergente.
Um colectivo que faz eclodir as primeiras sociedades dispostas a adaptar-se, estrutural e funcionalmente, ao crescente aumento do número de pessoas idosas e dependentes.
Um colectivo que, em cumprimento, faz surgir, as primeiras, Cidades Amigas das Pessoas Idosas.
Cidades, cujas medidas implementadas, incentivam ao desenvolvimento de práticas mais justas, abertas e adaptadas às, crescentes, vicissitudes sociais.
Cidades que visam estimular capacidades, promover qualidades e fazer cumprir a democracia.
Cidades que não resumem a participação social das pessoas idosas a puros conteúdos manifestos, mas que assumem novos desafios, encarando a realidade e perspectivando o futuro.
Cidades que avaliam, criticam, reivindicam, constróem e partilham, agem em conjunto, intervêm e adaptam.
Cidades que priorizam a reforma dos sectores que mais desfavorecem a participação social das pessoas idosas e que mais constrangimentos lhes impõem.
Cidades que priorizam as condições de acessibilidade e segurança a edifícios e espaços públicos; que revisam a periodicidade e os locais de paragem dos transportes colectivos; que priorizam a melhoria das condições de acesso e de conservação das habitações; que entendem as pessoas idosas como pessoas de direitos, facilitando-lhes o acesso ao emprego e à formação; que adaptam os meios de comunicação e o formato da informação à medida das suas necessidades, tornando mais céleres as modalidades de protecção e apoio social, a elas destinadas; que promovem a colocação de semáforos luminosos com temporizações, para travessia de peões, mais prolongadas; que universalizam arquitecturas; adaptam estruturas; remodelam equipamentos; aperfeiçoam serviços e rentabilizam recursos.
São as cidades que promovem o envelhecimento activo e produtivo das suas populações, que optimizam as oportunidades de saúde e de bem-estar dos seus habitantes, que fomentam a participação social, reforçam a segurança e o policiamento de proximidade, crescem em qualidade e não, apenas, em quantidade.
São as cidades que, não só, dão anos à vida, mas vida aos anos.
É aquela que queremos que seja, A NOSSA CIDADE!

Sem comentários: