segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010


WORKSHOP

Metodologia de Intervenção Educativa com Pessoas Idosas

Dia: 06 de Março de 2010

Horário: das 10h30 às 13h30

Local: Biblioteca Municipal D. Dinis (Odivelas)

Formadora: Dra. Ana Filipa Dâmaso

Valor da Inscrição: 10€

Inscrições: filipadamaso24@hotmail.com

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009


NEUROFITNESS, a Ginástica Mental

O neurofitness, neuróbica ou mental fitness é uma nova área de prevenção e promoção da saúde neuropsicológica, que pretende ajudar a preservar a capacidade de concentração, memória, aprendizagem, pensamento e desempenho geral das funções superiores da psique.
Associado a um novo conceito de intervenção e prevenção, o neurofitness, surge destinado à promoção da saúde mental, potenciando o desenvolvimento psíquico, bem como, a melhoria das funções cognitivas, a longevidade cerebral e a prevenção dos déficits cognitivos, tendencialmente, gravados pelo natural processo de envelhecimento.
Neste sentido, o neurofitness, neuróbica ou mental fitness tem vindo a assumir uma posição de destaque, enquanto estratégia preventiva de intervenção, convergindo de forma unânime enquanto vector facilitador de reforço da reserva cognitiva, viabilizando a estimulação do indivíduo em geral, e do seu cérebro em particular, capacitando-o a concretizar de modo mais eficaz as tarefas diárias habituais.
Convém, todavia, e como regra número um, não esquecermos, que o cérebro é um órgão, logo, o seu bom funcionamento depende do nível e intensidade da exercitação a que está sujeito.
Assim, o que se pretende com a neuróbica é, acima de tudo, e antes de mais, agir sobre as áreas do cérebro que, habitualmente, se exercitam de forma rotineira, potenciando a prática de funções instrumentais que estimulem áreas cerebrais pouco utilizadas.
A título de exemplo, a simples escovagem dos dentes pode constituir um exercício de neuróbica se em vez de utilizarmos a mão habitual, alternarmos a actividade, utilizando a outra mão.
Ao praticarmos neurofitness, estamos, sem dúvida, a obrigar, grande número de células cerebrais, a exercitar-se, pelo que podemos afirmar que se por um lado ganhamos através do uso, o mesmo perdemos pelo desuso.
Quanto mais activas as diferentes áreas do nosso cérebro estiverem, mais fortes e saudáveis as suas conexões serão.
Aliás, o declínio das funções mentais associado ao avanço da idade parece resultar, não da morte das células nervosas cerebrais, mas sim, da redução do número de conexões entre elas existentes.
Neste âmbito, o objectivo das actividades de neuróbica, é evitar esse declínio, reforçando quer o número, quer a qualidade das conexões cerebrais estabelecidas, ajudando o praticante a manter um nível permanente de capacidade, força e flexibilidade mental.
A eficácia do neurofitness depende da prática de exercícios que permitam o recurso permanente aos cinco sentidos, que, estimulando a tendência natural do cérebro, permitem formar associações entre diferentes tipos e fontes de informação.
Mudar os comportamentos, introduzindo o inesperado para quebrar a rotina e mobilizar os sentidos parece ser a chave para o sucesso.
Fundamentando-se na prática de tarefas e exercícios de estimulação, assentes no reforço da plasticidade cerebral, o neurofitness tem como finalidade, mais que quantificar as práticas, promover a crescente agilização das funções cognitivas superiores.
Siga o meu conselho:
Pratique NEUROFITNESS, e mantenha MENTE sã em CORPO são.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Envelhecer em Casa

Representando um desafio aos sistemas de saúde, protecção e segurança social, o inegável aumento do número de pessoas idosas, converte, hoje, a realidade social, num cenário estrutural, crescentemente, desafiante.
Um cenário, que assente no crescente aumento da longevidade, deverá apoiar e proteger as pessoas idosas, especialmente, as dependentes, promovendo e incentivando a sua permanência em casa.
Mas, teremos, nós, consciência das implicações sociais que emergem da prática deste princípio de intervenção?
Saberemos, nós, que passos dar para que este princípio se converta em realidade?
Para começar, e antes de mais, devemos, todos, sem excepção, incluir-nos no colectivo, deixando para trás aquele pressuposto que defende que a resolução dos problemas, nomeadamente, os sociais, depende, única e exclusivamente, dos outros. Isto porque, acredite ou não, é num estado de direito, como o nosso, que a democracia cognitiva tem um significado cada vez menos adormecido, devendo, para efeito, todos nós, agentes de mudança e intervenção social, assentar a nossa acção, na promoção e defesa dos direitos humanos, enquanto tais, e não, apenas, na disponibilização de práticas assistencialistas, valorizando, de uma forma continuada, a participação e consequente autonomização da pessoa idosa no seu meio sócio-cultural.
Assim, e segundo esta linha de pensamento, envelhecer em casa repercute-se, tanto na melhoria da qualidade dos bens e serviços disponibilizados pela comunidade, como na efectividade da sua oferta, tendo impacto directo, tanto na autonomização do idoso como cidadão de direitos, como na dinâmica inerente ao seu próprio contexto.
O apelo é dirigido a toda a sociedade, caminhando no sentido da promoção de uma cultura aberta à mudança.
Uma cultura que visa a adaptação das respostas sociais e comunitárias disponíveis, valorizando a permanência das pessoas idosas, por mais tempo, no seio dos seus lares.
Uma cultura que valoriza o recurso a serviços comunitários, públicos e privados, apenas e quando necessário.
Uma cultura, que entende, que possibilitada de usufruir de cuidados especializados, personalizados e ajustados à medida das suas necessidades, a pessoa idosa que envelhece no seu lar pode, hoje em dia, recorrer a um conjunto de serviços e equipamentos que, para além de lhe proporcionar segurança e bem-estar, lhe confere dignidade e conforto, por muito mais tempo.
Saliento, neste âmbito, o sistema de teleassistência, que embora, ainda pouco divulgado, em Portugal, se tem revelado bastante eficaz.
O sistema de teleassistência é um recurso que disponibiliza, às pessoas idosas e em situação de dependência, apoio técnico e ajuda imediata, 24 horas por dia, nos próprios domicílios, sempre que, estas, se sintam mal ou sofram algum tipo de acidente.
Este sistema é composto por uma unidade central ligada por um dispositivo de pulso, que possui um botão de pânico, que comunica com uma central.
Em caso de emergência, bastará, ao utilizador, premir esse botão e, imediatamente, a central telefónica, estabelecerá uma chamada para o centro de contacto do serviço.
Como a central instalada possui um altifalante e um microfone, é possível, ao cliente, falar com o assistente do centro de contacto, independentemente, da divisão da casa onde se encontre.
Quando a ligação é estabelecida, o assistente que atende a chamada, tem acesso imediato à ficha clínica e social, bem como, aos contactos de referência do cliente.
É importante referir, que mesmo que o cliente não consiga responder, a central contacta, de imediato, com os seus familiares e/ou responsáveis, procedendo, em caso de urgência, a todas as manobras de intervenção necessárias.
Este serviço, para além de tranquilizar as pessoas idosas que se encontram sozinhas e/ou em situação de dependência, é, sem dúvida, um importante recurso de apoio a familiares e cuidadores, pois permite que estes se sintam mais acompanhados na tarefa de cuidar.
É de ressalvar, no entanto, que este tipo de serviço não exclui a necessidade de convívio, apoio e protecção social, devendo, a pessoa idosa, para efeito, e em complementaridade, recorrer a outros serviços de ajuda e apoio comunitário.
Urge, assim, perante o actual cenário demográfico, entendermos que o crescente aumento do número de pessoas idosas, se repercute e continuará a repercutir na emergência de quadros de dependência e incapacidade, justificando, a crescente necessidade de adaptação e disponibilização de cuidados e/ou acções de proximidade, prevenção, manutenção e reabilitação.
Será o recurso a novos bens e equipamentos, que em complementaridade com serviços humanos de proximidade, poderá retardar ou prevenir muitos dos actuais e emergentes quadros de morbilidade e mortalidade.
Uma selecção consciente das ajudas técnicas e humanas, hoje disponíveis, pode contribuir, significativamente, para a construção de um ambiente domiciliar inteligente, viabilizando a promoção da qualidade de vida da pessoa idosa, de uma forma “custo-benefício” positiva.Por isto, e por certo, algo mais: ENVELHEÇAMOS EM CASA!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Por acaso não temos todos uma idade?

Num primado em que o propósito da inclusão social recai sobre a inculcação de valores éticos e morais revela-se, estritamente necessária, a promoção de contextos sociais equitativos assentes em intervenções de base sistémica.
Assim, e extrapolando de uma constatação, meramente demagógica, para uma abordagem, tendencialmente empírica, entendi oportuno recorrer à evolução conceptual de alguns dos mais controversos paradigmas sociais e sustentar de modo, mais efectivo, a minha reflexão.
Neste âmbito, e, embora, inicialmente designadas, sociedades para todos, rapidamente e num estruturado pretexto de reconversão, as sociedades passaram a preocupar-se, quase exclusivamente, com factores de carácter etário, conotando os grupos sociais de um significado, estritamente, cronológico.
Surgem, assim, as designadas sociedades para todas (as idades). Aquelas que pretendendo, teoricamente, ajustar-se às emergentes vicissitudes sociais, tentaram rentabilizar as potencialidades de todos em benefício dos constrangimentos de cada um.
A configuração social baseada (na idade) começou, assim, a ganhar terreno, promovendo a disseminação de estereótipos e preconceitos, emanados, muitas vezes, de bases de senso comum, a partir das quais se fomentou a construção de uma realidade multigeracional, baseada mais na discriminação positiva que no, efectivo, respeito pelas pessoas como seres íntegros e individuais.
Mas, afinal, o que são pessoas (de idade)?
Talvez aquelas que se converteram num objecto de manipulação crescente, justificado pela antonomasia das políticas, dos governos e dos seus governantes.
Só gostava de saber se, por acaso, alguém informou essas pessoas (de idade) que são, social e estatisticamente, rotuladas como tal. Será que alguém teve a sensibilidade de não impor, mas sugerir, de não castrar, mas incluir. Será que alguém apelou ao bom senso da democracia e deu voz activa a essas pessoas (de idade)?
Pois é, parece que essas tais pessoas (de idade) são, hoje, não mais que protagonistas passivos, marionetas sem voz, objectos de manipulação, sem autonomia, nem palavra, sem opinião, nem decisão própria.
E como se a dose de discriminação positiva não fosse, até ao momento, suficiente, a prioridade seguinte foi pré-definir uma panóplia de problemáticas, obrigatoriamente, inerentes às pessoas ditas (de idade) e formatá-las a todos os contextos de intervenção.
Neste sentido, e das mais polémicas e controversas medidas adoptadas, saliento os princípios defendidos pelas Nações Unidas que, assentando na promoção da independência, da participação, dos cuidados, da auto-realização e da dignidade, reforçaram, uma vez mais, a crescente promoção de profecias auto-cumpridas entre as pessoas (de idade).
Mas, a história da discriminação positiva não fica por aqui.
O foco de atenção que recaía sobre todas (as idades) começa agora a delimitar-se.
Se antes se falava de uma sociedade para todas (as idades), começa agora a fala-se de pessoas (de idade).
Mas que são, afinal, pessoas (de idade)? Será que não temos todos (uma idade)?
Talvez essas pessoas (de idade) sejam, simplesmente, pessoas. Não sei, digo eu!
Começo a convencer-me que esta representação social da categoria de velhice, mais do que do próprio processo de envelhecimento, quase sempre vivenciado de modo alheio e impessoal, foi o que deixou a porta aberta para a promoção de uma sociedade mais quantitativa e menos humana.
Não seria, bem mais eficiente, intervir com as pessoas, e não para as pessoas?
Não seria, bem mais eficaz, intervir com as pessoas, ajustando as acções às suas necessidades reais?
Não seria, mais efectivo, actuarmos numa base de avaliação das necessidades, dos problemas e dos factores de dependência em vez de criarmos moldes ajustados (às idades) como se de uma produção fabril de tratasse?
Não estaremos nós a etarizar de um modo, demasiadamente irreversível, questões tão simples como o respeito pelas pessoas?
Não seremos nós os principais implicados na complexificação de uma realidade social que se perspectiva, cada vez menos inclusiva e mais castradora?
E tudo isto porquê?
Porque, nos impõem estatisticamente, a partir dos 65 anos, a utilização de rótulos indiferenciados? Ou porque a partir dos 65 anos nos resumidos a irreversíveis encargos sociais agravados pela fragilidade, pela pobreza e pela solidão?
Termino, apelando à reflexão. Por acaso não temos todos (uma idade)?

Cidades Amigas das Pessoas Idosas

O desafio é lançado, pela Organização Mundial de Saúde, ganhando sustentação no apelo dirigido às sociedades e aos governos, no sentido de adaptarem praxis e intensificarem políticas que permitam desenvolver acções, para e com, os cidadãos idosos, promovendo a sua autonomia, independência e participação social.
É no âmbito deste desafio, que auscultados pelas crescentes e continuadas mutações demográficas, decorrentes do crescente e acentuado duplo envelhecimento, quer as sociedades, quer os governos, encerram, em si, o compromisso de entender a velhice como um fenómeno social total, assente, não em bases subjectivas e pré-formatadas de intervenção, mas em indicadores de base concreta, suportados por dados reais e objectivos.
Dados de consciência, que emergem da prática, reforçando comportamentos e cimentando responsabilidades.
Responsabilidades, que se pretendem, não apenas, colectivas, mas também, individuais.
Responsabilidades, que ambicionam traduzir-se, não apenas, em atitudes, mas, sobretudo, em comportamentos.
Responsabilidades, que concebendo as estruturas sociais desde a sua mais ínfima e particular célula funcional, se adaptam, em formato, à medida da realidade.
Uma realidade que não espera, uma mudança que avança, um colectivo que remodela e se faz remodelar dia após dia.
Um colectivo que se complementa e que, com expressão, se assume maior que a soma das suas partes.
Um colectivo que apela à reabilitação do território administrativo, que defende a adaptação da geografia e promove, com efectividade, o ajuste das suas práticas, brindando, com equidade e distinção, ao envelhecido tecido demográfico emergente.
Um colectivo que faz eclodir as primeiras sociedades dispostas a adaptar-se, estrutural e funcionalmente, ao crescente aumento do número de pessoas idosas e dependentes.
Um colectivo que, em cumprimento, faz surgir, as primeiras, Cidades Amigas das Pessoas Idosas.
Cidades, cujas medidas implementadas, incentivam ao desenvolvimento de práticas mais justas, abertas e adaptadas às, crescentes, vicissitudes sociais.
Cidades que visam estimular capacidades, promover qualidades e fazer cumprir a democracia.
Cidades que não resumem a participação social das pessoas idosas a puros conteúdos manifestos, mas que assumem novos desafios, encarando a realidade e perspectivando o futuro.
Cidades que avaliam, criticam, reivindicam, constróem e partilham, agem em conjunto, intervêm e adaptam.
Cidades que priorizam a reforma dos sectores que mais desfavorecem a participação social das pessoas idosas e que mais constrangimentos lhes impõem.
Cidades que priorizam as condições de acessibilidade e segurança a edifícios e espaços públicos; que revisam a periodicidade e os locais de paragem dos transportes colectivos; que priorizam a melhoria das condições de acesso e de conservação das habitações; que entendem as pessoas idosas como pessoas de direitos, facilitando-lhes o acesso ao emprego e à formação; que adaptam os meios de comunicação e o formato da informação à medida das suas necessidades, tornando mais céleres as modalidades de protecção e apoio social, a elas destinadas; que promovem a colocação de semáforos luminosos com temporizações, para travessia de peões, mais prolongadas; que universalizam arquitecturas; adaptam estruturas; remodelam equipamentos; aperfeiçoam serviços e rentabilizam recursos.
São as cidades que promovem o envelhecimento activo e produtivo das suas populações, que optimizam as oportunidades de saúde e de bem-estar dos seus habitantes, que fomentam a participação social, reforçam a segurança e o policiamento de proximidade, crescem em qualidade e não, apenas, em quantidade.
São as cidades que, não só, dão anos à vida, mas vida aos anos.
É aquela que queremos que seja, A NOSSA CIDADE!